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terça-feira, 26 de novembro de 2013

Camaleão

Apenas é! O amor em si, dispensa adjetivos!
Equilibra-se na troca inefável dos amantes;
é estável e prescinde de objetivos declarados.
Nada há no mundo que o exalte ou apequene...

Por aí existe um outro claudicante sentimento,
que alguns, na mais pura ilusão, chamam de amor.
Mas não passa de um engano feroz dos sentidos,
rei dos disfarces, verdadeiro camaleão!

Ele começa em pura festa com direito à rosas,
mantém-se em catarse sobre lençóis de cetim.
Por fim, numa rua estreita e sem lua, termina,
como as rosas funestas murcham nas tumbas.

E o resto impertinente dessa conta mal feita
é a raiva que em nenhum verso acha rima.
Paixão sem lastro, nem raízes profundas,
é uma mentira que não cabe no universo! 


Autor: Expedito Gonçalves Dias (Profex)
Escrito em 25/11/2013, em Varginha-MG, às 22:10 h
Ilustração: Google Images
(Respeite os Direitos Autorais)
Boa semana a todos!
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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Meus Poemas - Lua Inteira


No céu uma lua fugidia...
mal se disfarça escondida
nas nuvens escuras da noite.

Irrefletida, faz trapaça
e nega a sua luz necessária.

 A solidão se descortina.
 É puro açoite, um castigo
que nenhum artifício alivia.

Na luz precária do ambiente
você foi embora com a lua,
      num pacto mais que indecente.

Sua imagem nua tão discreta
já escapou-me das retinas.
Abriu-se então o precipício
 e esse seu corpo tão ausente
 é agora pura miragem
que acende este ardente desejo.

Muito cuidado ...Perigo!
 Irrompe lá dentro de  mim
um grito antes sufocado!
Soa forte como um alarme,
reclama o beijo perdido,
e tudo mais que lhe pertence.

Vence o apelo da carne.
 Você chega e se entrega.
De um estopim surge a chama.

Estala, crepita, explode,
Inunda-nos de paixão cega.
  A libido voraz se instala,
sacode tudo, do chão ao teto,
num estonteante  desatino
e nos consome por um instante,
bem ali, na sala de estar.

 Alivia-se o cio por completo
no rito do acasalar,
na umidade do contato,
no choque da eletricidade,
no curto-circuito divino.

O brilho da lua lá fora
cumplicia o nosso ato.
 Por fim descerra-se o véu!..
 Você percebe que é minha dona,
simplesmente, eu a sinto companheira.
Sela-se o destino de antes:
No céu ela sorri displicente,
com cara de inocente,
brincalhona -lua faceira-,
Lua Inteira dos amantes!
a partir de 02/12/10-Autor: Expedito Gonçalves Dias (Profex) 
(Escrito em Varginha-MG-, em 01-12-2010, 11:30h)  (Imagem original: tallesazigon.blogspot.com)

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Meus Poemas - Sina de mineiro...(Raizes)


Vasta riqueza que é sua:
o ouro trazido do sol,
a prata presente da lua.
As pedras que das estrelas
choveram neste sertão,
qual gotas de chuva fina
na noite, um intenso clarão!

A ele também pertence
esta paisagem tão bela
tendo no fundo o arrebol,
os passarinhos e a brisa.
Beleza que nos convence,
quando embriaga as retinas
e a fala paralisa.

Existe em cada caipira
bem lá no fundo da alma
uma nobreza que espanta
-e é aí que surge o contraste!:
por ser humilde e ter calma,
muita gente se admira 
e com seu jeito se encanta...

Por mais que ele se afaste
de perto da natureza,
qualquer um que se aproxime
vê seus olhos cheios d'água,
lê no seu rosto a tristeza.
Ele logo se redime
e confessa a sua mágoa.

Mas é assim que acontece,
esta é a sina do mineiro:
tão logo o menino cresce, 
cai no mundo quase à força.
De tão rico, empobrece.
Leva um destino na bolsa:
São Paulo ou Rio de Janeiro.

Eta mundo, eta vida,
trabalhar está difícil.
Complicado é dividir
com tanta gente esquisita
este seu jeito de ser.
Decide então desde o início
reencontrar a sua paz.
Desertar, correr, fugir!..
...voltar pra Minas Gerais!

Autor: Expedito Gonçalves Dias
(Escrito em Lambari-MG, em 05-04-1992, 21h)
0036-Meus Poemas - Sina de mineiro
(credito da imagem: http://www.amar-ela.com/caipira

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Meus Poemas - Plenilúnio


Soluça e chora quem tem amor distante,
mas por um instante saio de mim e olho pra fora.
De forma repentina todos os meus medos
fogem pelos vãos dos dedos, como areia fina.
E é na imensidão desse céu de puro outono
que estaciono meu olhar ...quanta solidão!
Lá está ela inteira toda cheia de si.
Mais que cheia toma toda a extensão do céu,
num amarelo pastel, mais que lua, lua e meia.
Num frenesi, escancaro de vez a janela.
Lua, que lua é essa que tanto me ignora?
Por favor, vai embora e deixa de promessa.
Não sabe essa orgulhosa que a solidão é um muro?!..
      ......................................................................
...pois digo, prefiro o céu escuro a uma lua vaidosa!
Autor: Expedito Gonçalves Dias
(Escrito em Lambari-MG, em 06-11-2000, 21h)
0035-Meus Poemas - Plenilúnio

sexta-feira, 21 de maio de 2010

ECOS POÉTICOS - Augusto dos Anjos

Todos trazemos dentro de nós reminiscências que carregamos ao longo dos anos. Ecos de trechos lidos ou ouvidos que ficaram gravados em nosso íntimo e que de vez em quando, ao sabor da sorte, disparam os gatilhos da memória, levando-nos a eras e lugares remotos já vividos e visitados.
Neste espaço eu trago alguns deles para sua apreciação.
Este, por exemplo faz parte do Livro Eu e Outras Poesias, de Augusto dos Anjos, poeta ímpar, inclassificável na literatura, incomparável na profundidade. Livro que adquiri em 1977, em Santos, numa de minhas férias com a família quando trabalhava na Petroquímica União, em Capuava-Mauá-SP. Lembro-me bem da cena ao adquirir o livro e do local: Livraria Atlântica, na Avenida Ana Costa. E do vendedor que me atendeu, atencioso, ao mesmo tempo curioso pela minha aquisição, o que levou a um bom bate-papo  sobre o instigante Autor das palavras que se seguem. Desculpe, mas era importante colocar este detalhe e acrescentar que este livro permanece bem aqui na estante sempre à mão, para reler e reler e....

Ao Luar
Quando, à noite, o Infinito se levanta
à luz do luar, pelos caminhos quedos,
minha táctil intensidade é tanta
que eu sinto a alma do Cosmos nos meus dedos!

Quebro a custódia dos sentidos tredos
e a minha mão, dona, por fim de quanta grandeza,
o Orbe estrangula em seus segredos,
todas as coisas íntimas suplanta!

Penetro, agarro, ausculto, apreendo, invado,
nos paroxismos da  hiperestesia,
o Infinitésimo e o Indeterminado...

Transponho ousadamente o átomo rude.
E, transmutando em rutilância fria,
encho o Infinito com a minha plenitude!     


Autor: Augusto dos Anjos 
(20/04/1884 a 12/11/1914)

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Meus Poemas - Certas coisas


Essa porta que não abre
essa chave que não entra
essa chuva que não passa
esse cão que não se senta
  esse político que mente
esse sapato que aperta
essa roupa que não cabe
  essa batata tão quente
esse sol que esturrica
esse varal que não seca
essa hora que não passa
esse trem que não chega
esse patrão irritante
esse salário que avilta
esse pão sem manteiga
esse mês que não acaba...
Ah...
Essa lua fascinante
essa paixão que sufoca
esse beijo que embriaga
........................................
e essa mulher... nem se toca!
Autor: Expedito Gonçalves Dias
(Escrito em Lambari-MG, em 10-06-1987, 21h)
0032-Meus Poemas - Certas coisas - (crédito das imagens:http://rebelheartbr.wordpress.com/2009/04/01/fe-irracional/ e http://deitadonanet.blogspot.com/)

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Meus Poemas - Eu sou asssim!

 
Faço reverência ao Sol,
escuto a canção da chuva
me apaixono pela Lua;
mergulho no mar da fantasia
e vivo cada minuto da vida!

Assim sou eu,
um eterno aprendiz,
um caçador de mim.
Trago na mente
uma urgência incontida
uma incongruência nua....

Assim sou eu,
uma verdade que se desdiz,
permanentemente, bem assim...

Sou, todavia,
um caminho que cruza com o seu!
Autor: Expedito Gonçalves Dias
(Escrito em 15-04-2010 às 13:00 h)
0026-Meus Poemas - Eu sou asssim! - (crédito da imagem: www.smashingmagazine.com)

quarta-feira, 24 de março de 2010

Meus poemas - Na Zona Morta... cale-se!

A noite não veio, mas o dia já terminou.
E como artesão do sereno sinto falta da lua.
Um fim de tarde comum vira um pesadelo:
quero falar do açoite que fere meu coração,
num meio-termo ameno, sem estardalhaço,
quebrar o gelo, falar então sem barreira,
numa confissão verdadeira, pro mundo escutar...

Mas a boca está muda, minha mão emperrou.
Passo por um dilema, uma crise de identidade
e por mais que eu queira não termino o gesto.
Vou fundo numa vã tentativa de remediar,
de saber o motivo dessa avaria no sistema.
Tento um lenitivo, uma saída, uma sangria.
Nervos de aço não resolve, nem determinação.
Nada alivia, nem calma, nem tampouco correria.

Levanto-me da escrivaninha e olho para a rua.
O vazio lá fora é o mesmo que me enche a alma,
sou uma conta sem resto, uma vela sem pavio.
Chega uma hora em que o infinito se desfaz,
num desplante atroz, bem debaixo do nariz.
Um momento fugaz, tão intenso quanto um cio
em que o mundo se desnuda e o tempo se entorta.

Existe uma zona morta, bem ali na divisa
entre o nosso mundo interno e esta matrix;
onde a natureza se queda e entrega os pontos,
as portas se trancam e a verdade se desdiz.
O desgoverno se aproveita da nossa fraqueza
e se houver um cochilo, reina solene no mundo.

É preciso cautela nessa hora, junto à porta do inferno!..
Não ir fundo, planar de leve, suave, na superfície.
Quem já teve a experiência conhece o assunto,
recua um pouco, usando certa estratégia,
dispensa toda ciência... e escuta o coração.

Fecho então o programa e aguardo uma nova tela.
A água-régia desta alquimia - o estatuto -
é abdicar do controle absoluto e deixa rolar... 
Procuro uma distração, desisto dessa confidência.
Dispenso choro e vela, sem desvendar o véu.

De repente, tudo muda, não temo mais nada.

Escuto um sinal, vejo um clarão, percebo um aceno...
Retomo, depois disso, minhas idéias com ciência.
Estou sereno. A noite já veio e a lua sorri no céu!
(0022-Meus Poemas - Na Zona Morta... cale-se! - Autor: Expedito Gonçalves Dias
(Escrito em 16-05-2001, em Varginha-MG, às 20:20 h)

quinta-feira, 4 de março de 2010

Meus Poemas - TOCAIA

Aumenta a minha fome
com a tua presença.
Indiferente, permaneces
deitada nessa esteira,
nua em total inocência,
parecendo dormir.

Isso me cheira a mentira,
pois tens mais fases qua a lua,
acho então que é cena,
puro fingimento.
Sei que estás acordada...
sinto sua respiração!

Quero mudar o ângulo do enfoque
para conquistar-te,
chamar sua atenção
Carregar o pensamento,
prender o fôlego,
trocar o estribilho da canção.

Admirar tua beleza,
Sentir-te inteira,
farejar-te toda.
Mais ainda, armar o bote,
consciente de nossas naturezas,
amar-te, celebrar nossas bodas...

indo muito além do ato!

Vou transformar-te
-e a mim mesmo,
em doces animais.
E com zelo e arte,
desfrutar dos teus dotes!

Quero ter-te, assim,
simplesmente,
pelo que tu és.
Inocente e bela,
alma aberta de par em par
prenhe de sentimentos puros.

Ouve o que vou declarar:
Sejas tu a minha estrela,
minha guia, meu intento.

Pois se hoje eu te venero,
ao sentir-te tão de perto,
como cúmplice e alma-gêmea;
colocando-me aos teus pés,
por certo! - no futuro
vou querer-te ainda mais...

É chegada a hora.
e me entrego a este arrepio...
Sinto que perco a linha,
em plena luz do dia.

Ó minha doce ilusão,
linda fêmea no cio...
Ter-te como nunca tive.
e depois soltar-te...
eis a verdadeira intenção!

Podes ir embora,
linda ave-fantasia,
pois sei que és só minha...

Quero-te livre,
como solto estou,
para fazer de ti
a minha melhor poesia!

(0019-TOCAIA-Autor: Expedito Gonçalves Dias
(Escrito em 22-02-96, em Lambari-MG, às 22:00 h)

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Meus Poemas - Meus HaiCais (haikais)

HAICAIS
 Houve uma época em que eu tinha mais de 300 hai-kais escritos, espalhados por aí. Consegui reuní-los, certa feita, com a intenção de editar um livro. E os perdi -todos de uma vez!- em 2002, numa cabine telefônica no centro da cidade, em Varginha...
Pouco depois voltei a escrever e tenho outros agora. Daqueles, ficaram vagas lembranças que servem apenas para direcionar as novas idéias...

Pois neste mundo bicudo,
é coisa séria...-vale tudo:
miséria na alma e vestido de veludo!..

Fez-se a magia afinal:
A fantasia 
tomou o lugar do habitual!

Nunca se sabe
-a vida é curta!-
O que nela cabe...

Na cena seguinte, vou até a rua.
Olho pra cima: com requinte,
a rima do poema encontra a lua...

Refiz o ditado:
Antes BEM só...
do que mal acompanhado!

Incomoda! -mas é genial,
essa moda
do fio-dental...

No céu os astros buscam uma rima
na noite escura.
Piscam e brilham... - pura purpurina!
Brilham e piscam... - purpurina pura!
0010-Haikais -Autor: Expedito Gonçalves Dias

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Meus Poemas - Na aba da lua


Estou aqui pendurado na aba da lua,
meio aluando e sondando horizontes
daqui e alhures no espaço sideral.
Considerando o movimento lá em baixo,
eu acho que é mesmo feriado nacional.

As pessoas vagam pelas estradas,
umas em carrões,  e outras em fuscas.
Com seus faróis acesos no lusco-fusco da noite,
orientam-se pelos desafetos e rusgas,
rasgando caminhos, seguindo em frente.

Tento entender a vida dessa gente estranha
-com suas armas e amuletos- que vai para a lida.
Muita fé, genuflexão, água benta e oração.
Se na mente e no coração a dúvida é tamanha,
não demonstram -até se acham donos da razão.

Pelas contas que eu faço, é o mesmo vetor,
Algo Invisível, que faz as coisas tão belas.
Pelas evidências, percebo que não é apenas o amor
que move este mundo louco e as estrelas.
Só mesmo daqui para perceber esta nua verdade...

Não sei ainda o que é, mas logo vou descobrir.
Se souber primeiro, seja meu amigo, me conte.
Tenho um monte de perguntas, mas a vida continua.
Mas até saber direitinho, digo sem piedade:
Vou continuar pendurado na aba da lua!
Autor: Expedito Gonçalves Dias
(Escrito em 15-05-2003, em Varginha, às 23:45 h)
0008-Meus Poemas - Na aba da lua

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Meus Poemas - Quereres


A glória do dia se foi bem mais tarde.
A minha mais nova poesia, há pouco tão forte, 
já envelheceu - assisti, com descaso, 
a entonação da última rima.

Anoiteceu. Já não arde o corte.
Foi-se embora o sufoco...

Perco-me na neblina.
Um fantasma despido segue, 
sem destino, no meio do nada.
Minha identidade expirou.
Meu plasma se exauriu.

Sei que havia um tempo,um dia...
mas, há séculos não ouço o tic-tac de um relógio.
Confesso que eu queria mais um destaque,
um episódio apenas: num capítulo de um livro qualquer.
Numa cena de filme classe b, 
ou ser citado numa trilha de novela do SBT.

Apenas uma chance de acreditar no destino.
Quem sabe ter sonhos (acho que já os tive um dia...).
Não sei de mais nada. A memória se esgotou.
Estou sem pilha.
Desandei.

Desatinos, pesadelos, imagens desfocadas,
nada de horizontes nesta ilha.
Sôfregos desejos, fragmentos sem sequência
de uma fita irreconhecível, sem registro, sem data...
Tudo desandou.
Pane no sistema!
Paciência... 

Mas eu queria sim.
Quem sabe algo bem mais simples.
Um momento fugaz. Uma emoção banal,
chinfrim, dessas de folhetim, de novela.

Paixão?...-nem pensar!
Nada de frenesi, de estupor,
nem mesmo aquela suave tontura
ou suave rubor e arrepio.

Volto à realidade: Tudo aqui é tão frio.
Sem perspectiva, sem idade, sem futuro.

Mesmo assim eu queria... 
Sigo pela rua: nehuma alma viva.
Todos se foram sem piedade.
Sem aviso, fiquei no escuro,
a sós...com meus desejos.

Resolvo caminhar pela cidade vazia.
O sol brilha lá em cima. Mas sou apenas um vulto.
Um espectro sem sombra em plena solidão do meio-dia.

Sinto que tudo parece combinar comigo.
Recuso-me a aceitar isso.
Definitivamente não me adapto à esta realidade.
E sinto medo. 
Medo de ser tarde para contar meu segredo.
peito aberto, verdade nua.

Mas vou contar...
Eu quero sim, com o que me resta,
na zona-morta do nada,
neste memorável momento
decretar a eternidade 
dar um beijo na lua!
Autor: Expedito Gonçalves Dias
(escrito em 29-07-2007-Varginha-23:15 h, em casa)
0002-Meus Poemas - Quereres

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Meus Poemas - Desprezível Tango

Errei o passo.
Perdi o equilíbrio, pisei em falso.
Mas a orquestra continua...

Tropecei no caos
numa noite dessas
e num leve cochilar,
escorreguei da lua.
Lua de carmim, inexata,
como os lábios daquela dama nua
e suas promessas insanas.

Todo meu ócio antigo
de contemplar as estrelas
e todas as destemperanças,
troquei por um porre num bar.
Abandonei minha criança
-de vez- sozinha no interior
e fiquei andando a esmo por aí.

Cerquei-me de inimigos.
...mas o pior deles não vive exatamente ao meu redor.
É cruel, medonho - me desacata
e se esconde mesmo dentro de mim.

Acordo de repente:
era um pesadelo!
O sonho não-realizado
esvai-se, cabisbaixo,
degrau por degrau,
escada abaixo,
bem à minha frente.

Percebi num instante
minha decadente situação:
minha esperança inteira lá fora,
provocante, em outros braços...
e eu num beco sem saída
uma vida estanque, perdida
-um corpo perdido no espaço-
mendigando um futuro.

Ah, eu juro: seria bem diferente
se em minha alma tocasse um funk,
no lugar deste tango
inconveniente...
Autor: Expedito Gonçalves Dias
(escrito em 17-11-2007, em Varginha, numa lan house)

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